O ladrão do padrezinho
Deu agora em namorador;
Padre, você vá-se embora,
Que eu não quero o seu amor.
— O amor não é seu
E' de Rafael;
Rafael quando for
É de quem quiser... ,
Vou criar as minhas raivas
Com meus calundus,
Pra fazer as cousinhas
Que eu bem quiser...
Ai! me largue o babado!
Ai! me largue, diacho!
Que diacho de padre,
Ai, meu Deus!
Que diacho de padre,
Meu Santo Antonio!...

O padre já estava orando,
Quando a mulata chegou;
Veio dizer lá de dentro:
— Eu sou seu venerador:
O amor não é seu,
É de Rafael;
Rafael quando for, etc.

O padre foi dizer missa
Lá na torre de Belém;
Em vez de dizer Oremus,
Chamou Maricas — Meu bem!...
O amor não é seu,
É de Rafael;
Rafael quando for, etc.

Eu perguntei ao padre:
Porque deu em meu irmão?
— Com saudades das morenas,
Não quero ser padre, não.
O amor não é seu,
É de Rafael;
Rafael quando for, etc.