A minha mana Luiza
É moça de opinião;
Passou a mão na tesoura,
Deu com os cocos no chão.
Sete camadas de azeite,
Banha de camaleão
É pouco pra fazer banha
Pra estes cocos de cordão.
O sebo está muito caro,
'Stá valendo um dinheirão;
Quero ver com que se acocham
Estes cocos de cordão.
Os caixeiros da Estância
Levam grande repelão,
Para não venderem sebo
Pra estes cocos de cordão.
Deus permita que não chova,
Pra não haver algodão;
Quero ver com que se amarram
Estes cocos de cordão.
Na fonte da gameleira
Não se lava com sabão;
Se lavam com folhas verdes
Estes cocos de cordão.
As negras de tabuleiro
Não comem mais carne, não;
So comem sebo de tripa
Destes cocos de cordão.
O moço que é brasileiro,
Que conserva opinião,
Não deita na sua rede
Destes cocos de cordão.
Ajuntem-se as moças todas
Em redor deste pilão,
Qu'é pra pisarem o sebo
Pra estes cocos de cordão.
Ajuntem-se as velhas todas
Em roda do violão,
Qu'é pra dançarem o samba
Destes cocos de cordão.