Probo. POdes crer-me, já longe eſtá do campo
O Vetaõ de que fallas: Nao obſtante,
Bem fizeſte em buſcar-me; Oſmîa pede
Fallar com o Pretor; partir naõ ouſa
Do arraial ſem o ver.
Lucio. E Eledia o ſabe?
Probo. Eledia ainda naõ vi; mas percebido
Tenho grande rumor nos apoſentos;
E ſe applico os ouvidos, ouço em pranto
Oſmîa desfazer-ſe, lamentar-ſe,
Maldizer o ſeu fádo. A's vezes clama
Com grito enfurecido; mas em tanto
Só do Conſorte o nome lhe percebo.
Lucio. A compaixao m' excita; mas Eledia... [1]
Eledia. QUe tormentoſo dia! que horroroſa,
Que barbara afflicçaõ lhe raſga o peito!
Probo. Eledia, em teu ſemblante ſe descobre
Hum eſtranho terror.
Eledia. Ah! ſe ſouberas
Que agudiſſima dôr nos atraveſſa!
Lucio. E de novo que veio? era ſabido
De Rindaco o deſtino?
Eledia. Mas Oſmîa
No fundo d'alma vivo o figurava.
Lucio. E por iſſo naõ parte?
Eledia. Que te poſſo
Dizer da ſua partida? naõ diſcorre;
Naõ ouve; chora, brama enfurecida,
Lacéra as veſtiduras. Se lhe fallo,
Contra mim ſe infurece. Nao reſpeita
Da idade a differença. Naõ dá preço
A meus ſerviços, antes de ſeus males,
Lhes attribue todo o pezo enorme.
Canſada de luctar inutilmente
Com ſua eſtranha dôr, vim Procurar-te,
Para ver ſe me podes dar noticia
Do que diſſe o Vetaõ; ou de qual ſeja
De taõ novo furor a cauſa inſana.
Probo. O Vetaõ ao ſahir arrebatado
Diſſe com turbo olhar Oſmîa chama
O Pretor, já naõ parte! quer fallar-lhe.
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- ↑ Vendo entrar Eledia.