de muitos, e a difficuldade de reunir collecções, affastasse os emprehendedores da idéa de apresentar as obras de tão subido engenho remoçadas com os atavios da moderna typographia.
O nome do P. Vieira é popular; os seus serviços patrioticos, e o merito litterario lhe grangearam fama entre naturaes e estranhos: de todos os nossos classicos é talvez o mais legivel hoje pelo muito que se aproxima da linguagem moderna a sua dicção pura, facil, agradavel, e accessivel ainda aos entendimentos menos cultivados.
Pareceu-nos, pois, digna da aceitação do publico, não só em Portugal, como tambem no Brazil, de que tanto tratam seus escriptos, uma reimpressão das obras do P. Vieira, completando-a com muitas ineditas.
Esta collecção comprehende os Sermões, as Cartas, e as Obras Varias e Politicas, formando cada uma destas Obras uma parte inteiramente distincta e independente. Os ineditos entrarão por sua ordem no logar a que pertencerem.
Ainda que o merecimento do auctor é reconhecido, para não figurarmos de apaixonados como editores, reproduziremos alguns juizos competentes de abalisados philologos.
Francisco José Freire,[1] apreciando nossos classicos, menciona o P. Vieira como o mais auctorisado da lingua portugueza; e accrescenta: — «Se me não enganam os testimunhos de sabios infinitos, nem antes, nem depois deste singular orador tivemos penna do mesmo aparo. Possuiu
- ↑ Reflexões sobre a lingua Portugueza parte 1.ª