— Ai! já me esquecia... o Senhor Visconde..
— Que suba.
O sujei-to que entrou era o Torcato Nunes, uni sargento do exército realista, de São Gens. O rei ergueu-se e fecharam-se na alcova.
A cozinheira dizia em baixo à outra criada de fora:
— Ó coisa! Mal diria eu que ainda havia de chamar visconde ao safardana do Trocatles!
E a outra, benzendo-se:
— Não que ele, o mundo sempre dá voltas! Veja você! aquele moinante que me pediu uma vez dois patacos para cigarros, e por sinal que nunca mos pagou!
— Pois vês aí! Foi ele o primeiro que conheceu o Sr. D. Miguel, é o que foi, e Sua Majestade gosta muito dele. Foi feliz o diabo do homem! Aquilo vai a governo, tu verás; e já ouvi dizer que o sobrinho dele, o padre Zé da Eira, o de Rio Caldo, que é zanagra, está cónego. Limparam-se da carepa, é o que é. A mulher dele já botou no domingo passado a sua saia e jaqué de pano azul.
— E que rico pano!