Parecia-lhe morta a natureza: a paisagem figurava-se-lhe um cadáver, vasto, enorme.
Do diafragma subia-lhe para o coração um aperto constante, ininterrompido, doloroso, que lhe tolhia o fôlego, que o sufocava.
Queria chorar; o pranto, julgava, far-lhe-ia bem, seria um desabafo: impossível. Um ardor seco, febril, queimava-lhe os olhos.
No imóvel do arvoredo secular, na calma impassível das encostas amareladas, havia, ele pelo menos sentia, o que quer que era de hostil: essa indiferença majestosa irritava-o, era como um escárnio à angústia em que se estorcia seu espírito.
E tudo lhe fazia lembrar Lenita; na ante-sala, a cuja porta estava, a vira ele pela vez primeira por entre as torturas