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Collecção Antonio Maria Pereira

— Mas é preciso ter coragem! Cá estou eu, que a estimava mais, porque a criei, e conformo-me com a vontade de Deus!...

Estimava a mais!... Coitada! Como se ela pudesse comprehender todo o amor que encerra o coração das mães!

A perda de uma filha! Poderia ela nunca compreender essa dôr, ela, que apenas tinha perdido... um cadilho?!...

Dias depois, lá estava ajoelhada ua sepultura de Lia a figura tragica e lancinante da pobre mãe.

E ali, envolta no seu triste vestido negro, mais pálida que uma noite de luar, soluçava abraçada á cruz, que, marcando a sepultura da filha, tinha sido, comtudo, a unica e fiel companheira da desventurada Lia.