A ESTRELLA DO SUL

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miam, teve o cuidado de accender um phosphoro para observar se alguem se tinha mexido. Verificou que Cypriano, Bardik e o china dormiam profundamente.

Pelo menos assim parecia.

Mas, se o napolitano fosse mais esperto, talvez tivesse reconhecido no ressonar estrondoso de Li alguma cousa de artificio e de manha.

Ao despontar da aurora estavam todos a pé. Annibal Pantalacci aproveitou a occasião em que Cypriano foi ao regato proximo fazer as abluções matutinas, e tirou-lhe da espingarda os cartuchos. Foi obra de vinte segundos. Estava com certeza sósinho. N'aquelle momento Bardik fazia o café, e o china andava a apanhar a roupa que tinha deixado exposta ao orvalho da noite na famosa corda estendida entre dois baobabs. Com certeza ninguem viu cousa alguma.

Depois de tomarem o café partiram a cavallo, deixando o carrão e o gado entregues á vigilancia de Bardik.

Li tinha pedido para ir atraz dos cavalleiros, e armára-se apenas com a faca de mato do patrão.

Em menos de meia hora os caçadores chegaram ao ponto, em que na vespera de tarde tinham descoberto os elephantes. Mas n'aquelle dia foi necessario avançar um pouco mais para os achar, chegando a uma larga clareira aberta entre o sopé da montanha e a margem direita do rio.

Na atmosphera clara e fresca, illuminada pelo sol nascente, sobre o tapete de uma immensa pradaria de relva fina, ainda humedecida com o orvalho, estava almoçando uma tribu inteira de elephantes, duzentos ou trezentos pelo menos. Os pequenos pulavam brincando em redor das mães ou mamavam silenciosamente. Os grandes, com a cabeça rente do chão, e agitando a tromba a compasso, pastavam a herva espessa do prados Quasi todos se abanavam com as enormes orelhas, parecida