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A Guerra de Canudos

inimigo. O 32° batalhão, sob o commando do major Collatino Góes, auxiliado por parte do 24°, preparou a estrada e com muito trabalho conduziu o pesado canhão, que foi collocado em bateria, junto ao do centro. Commandado pelo tenente A. Borba, deu apenas dois tiros e, ao ser tentado o terceiro, caiu por terra a chapa da culatra, com os parafuzos partidos: nunca mais poude servir.

Foi este o fim do famigerado canhão, cujo transporte tantas contrariedades e trabalhos trouxe á 1ª columna. Os jagunços tambem viram-se livres dos seus formidaveis projectis e do estrondo dos tiros, que faziam tremer de susto as creancinhas do arraial.

O valorozo e infatigavel general Silva Barbosa, em pessoa, foi assistir á sua collòcação, recolhendo-se depois ao seu Quartel-General, proximo ao do commandante em chefe: nesse trajecto, ao atravessar uma zona desabrigada, em rampa, e que medeia entre os dous primeiros pontos n'uma estenção de 150 metros, foi tres vezes alvejado por um jagunço emboscado na latada; ao terceiro tiro, foi o hombro do calmo general atravessado dum a outro lado. Recolheu-se por si a sua casa, onde foi cercado de cuidados pelos demais camaradas, em cujo meio o facto produziu penoza impressão. Mas depois de alguns dias de leito ou rede, curou-se