senhora é casada com um médico e tem dele não sei quantos filhos... abandonou a família e participou agora a toda a gente o seu casamento com este...
– O outro morreu de desgosto?
– Não; em primeiro lugar, porque o desgosto não mata; depois, porque ele também se casou com outra!
Sinhá arregalou os olhos, espantada.
A manhã era de revelações! Ela cuidara sempre que os laços do matrimônio eram indissolúveis... A grande poesia do casamento parecia-lhe estar na perpetuidade do amor e na perpetuidade do voto. Que era o casamento, então? um contrato quebradiço, sujeito a ser violado ao primeiro amuo?
As idéias embaralhavam-se-lhe na cabeça. Ainda na véspera discutira-se à mesa, em sua casa, a lei do divórcio. E o próprio pai afirmara que ela jamais seria decretada no Brasil... Interrogou a esse respeito a mãe, que respondeu quase em segredo:
– Eles estão olhando para nós... disfarça... não convém falar nisso agora... A Marianinha já me conheceu... não fosse eu a mulher do ministro... verás como me abraça!
Assim aconteceu.
Pelos fins do almoço, a Marianinha atirou o guardanapo para a mesa e, arrastando o marido, correu a falar à Pedrosa.