e de capa, o marido espantou-se, tão raramente ela punha os pés na rua.

– Vou à missa pedir a Deus saúde e juízo para Glória. Ela faz anos hoje...

– Sei...

A baronesa não sabia mentir.

Ao mesmo tempo que falava, as faces tingiam-se-lhe de vermelho.

Mas o marido não deu por tal; e ela saiu.



D. Alexandrina morava num sobradinho estreito, onde a baronesa entrou envergonhada. Fizeram-na esperar numa salinha de jantar atravancada por uma mesa coberta por um pano de aniagem, de franjas sujas, uns caixotes acolchoados, à guisa de divãs.

Nas paredes, colados sobre os mandarins do papel desbotado, cromos de folhinhas e uma gravura representando o Marechal Floriano Peixoto. Depois de alguns minutos de espera, entrou d. Alexandrina, uma mulherzinha magra e morena, quase sem queixo, de olhos redondos.

A baronesa entrou, seguindo-a, para uma alcova, onde ardia uma lamparina em frente a um oratório. Como na sala de jantar, havia ali profusão de imagens coladas às paredes; somente, estas eram apenas de santos. Uma cortina de chita corrida encobria um leito de que se viam somente os pés. Ao cheiro do óleo da