suas kobaias e o ouro das borboletas e dos crisântemos dos seus penteados... Carinhas de marfim, graciosamente pendidas sobre os ombrinhos estreitos, pareciam oferecer as cerejas das boquinhas para a guloseima de um beijo. Aves e insetos delicados, de asinhas transparentes, voejavam entre os galhos de pessegueiro em flor, nos panos cinzentos dos biombos. No meio do pavilhão, um enorme vaso bojudo, fabricado em Kioto, sustinha um profuso ramo de camélias brancas, grandes e silenciosas...

Os passos de Argemiro morreram ao entrar no pavilhão, abafados na esteirinha, e ele dirigira-se para o fundo, onde deixara o agasalho, quando Sinhá saiu de trás do biombo e veio ao seu encontro, trazendo-lhe ela mesma nas mãos a capa e o chapéu.

Argemiro não pôde conter um movimento de surpresa. Ela, muito séria, com uma gravidade que a tornava linda, estendeu para ele o agasalho e disse com um fio de voz suave e triste:

– Agradeço a sua resolução... vá-se embora e peço-lhe que não volte, senão quando souber que eu já não estou aqui... Para o senhor isso não será um sacrifício; e quanto a nós... a saudade que nos deixar será atenuada pela certeza do seu respeito e da sua estima...

Toda de branco, naquela meia luz em que bailavam insetos e sorriam japonesas, a figura