a vida, do que no Rio de Janeiro. Dizes bem. Ele não é lutador nem ambicioso; é um resignado e um meigo. se eu tivesse um irmão não lhe quereria mais. Entretanto, o Assunção nunca me confiou o seu segredo, que ele guardou sempre com tamanho recato que tive escrúpulo em interrogá-lo. Por que não havemos de acreditar na vocação? Ele sempre foi um místico. A mãe, uma senhora adorável, fez tudo para desviá-lo do sacerdócio, batalhou como uma heroína; mas ele dizia-se chamado por Deus, e Deus venceu a vontade materna. Fomos sempre amigos. Ele vivia com a sua ilusão, eu com o meu pecado; e com tão opostas idéias nunca ofendemos a nossa amizade. É verdade que ele me contagiou um pouco do seu sentimentalismo. É mais forte do que eu, que não lhe transmiti nem uma sombra da minha personalidade...

– Não lhe conheceste nem uma paixão?

– A dos livros, de que falaste há pouco; e essa mesma há alguns anos é que me dá a impressão de ser a tábua flutuante do seu naufrágio!

– E tua filha?

– Sim, ele adora minha filha!

– Ora, pois, já tem com que se entreter. Dá-me outro charuto. São magníficos os teus charutos... Realmente, está-se bem aqui. Estou vai não vai a raptar-te a tua Alice!