é uma amiga perigosa, e tu estás abusando dela.
– Estás tolo e sibilino. Na tua, queres dizer que acabarei apaixonado por uma mulher que vive em minha casa e que me obstino em não conhecer, julgando, talvez, que me ocupo em pensar nisso! Mas, nada! Eu penso tanto na minha governanta, que talvez seja picada de bexigas, ou desdentada, como penso na Sinhá, que tem os olhos que sabes e a pele lindíssima. Fiel à minha morta, não por virtude, mas porque não encontro no mundo mulher que se lhe compare, eu deleito-me no sacrifício de viver abraçado a sombras... É a minha esquisitice...
– Faze-te espírita.
– Nunca.
– Como espectador, eu estou gostando do caso. O que te peço é licença para conquistar a menina...
– Tens toda...
– E se ela aceitar a corte?
– Tanto melhor para ti...
– Não impões condições?
– De não ser em minha casa...
– Sabes onde é a dela?
– Não sei de onde veio, nem presumo para onde irá!
– Como um sonho!
– Tal qual!