quero redimir na velhice... Tua mãe, sim, teria razão de queixa contra mim; tu não a tens contra o Argemiro! Nossa filha, repara o que eu digo – nossa filha – gozou enquanto viveu: já foi uma felicidade! Tu esperaste por mim algumas vezes até alta noite... lembra-te! Ela nunca esperou... Fiz-te chorar, do que me arrependo; o Argemiro só a fez sorrir... Foi por causa do teu ciúme de esposa, muito justificado, que escolheste este ermo para viver... Sujeitei-me. Venceste. Hoje, arrependido, vivo cosido ao agasalho das tuas saias e acredita que, se morreres antes de mim... creio que me fecharei vivo no caixão...

O barão dizia estas coisas rindo, mas com os olhos afogados em pranto; a mulher, chorando francamente, aproximou-se e uniu os seus lábios trêmulos aos lábios murchos do marido.

– Vai descansar! – disse-lhe ele, afagando-a.

Ela saiu; ele limpou os olhos, esteve algum tempo a pensar em coisas distantes; depois, com um suspiro, voltou ao seu catálogo: – 325...



Os dias passavam lentamente para os dois velhos.

A baronesa não dormia; tinha ao levantar-se o rosto pálido e os olhos vermelhos.