– Não recebi a tal carta anunciada pela senhora...

– Há de recebê-la... as cartas não mentem! Ainda não é tarde... Entre...



Nessa segunda-feira o passeio fora ao Instituto dos Cegos.

Glória voltava com a alma cheia de espanto. Divisando no banco do jardim o padre Assunção, pontual na espera, correu para ele com entusiasmo. Alice acompanhava-a à distância, com um sorriso plácido.

– Adivinhe onde eu fui, padre Assunção!

– A algum lugar muito bonito, porque os teus olhos refletem maravilhas!

– Acertou. Fui ao Instituto dos Cegos!...

– Ah! mas... pareceste-me tão alegre!

– Pois então! eu imaginava que todos os ceguinhos vivessem amargurados... zangados... que no escuro em que vivem não se entretivessem com coisa nenhuma, nem pudessem ler, nem tocar, nem nada... Quando d. Alice me disse: vamos ao Instituto dos Cegos... eu não respondi nada, por vergonha, mas fiquei com medo...

– Os cegos nunca fizeram mal a ninguém...

– Não sei... mas eu tive medo de ficar com pena!

Alice chegava nesse momento; o padre cumprimentou-