Vinham-lhe agora tentações de voltar lá, a ver se ao menos encontrava alguém a seu favor! Que falta fazia um braço em que se apoiar!... Certamente que a cartomanate não lhe devia merecer absoluta fé... mas não acertara ela em muitos pontos com a verdade? A inimiga e as suas maquinações não lhe tinham saltado aos olhos logo no princípio da consulta?
Dever-lhe-ia negar o poder da adivinhação? E em vez de negar, não seria prudente recomeçar?
Uma elucidação...
O aventalzinho escarlate caíra para o soalho, e nos resedás da janela um beija-flor destemido batia as asas delirantemente.
Eram três horas da tarde quando a baronesa, muito afogueada, subiu a escadinha íngreme da d. Alexandrina. Como na primeira vez, teve de esperá-la longamente na sala de jantar, entre cromos pregados a goma na parede e aniagens sujas de cortinas. Um cãozinho rateiro rosnava a um canto, de focinho desconfiado erguido para as sedas pretas da velha bem tratada. Depois de uns minutos que se afiguraram longuíssimos à consultante, a portinha do quarto abriu-se e d. Alexandrina apareceu, com o queixinho sumido em um riso largo de boas-vindas.
A baronesa disse, em tom queixoso: