meu velho, fala-lhe tu... és tão bom, tens-te interessado tanto pela minha vida, que não sei já dar um passo sem ti... e quando o dou não sou feliz. Estou a falar-te e a reparar numa coisa: vocês nunca aludem ao nome da minha governanta sem o acompanharem do dona... vejo que ela inspira respeito a toda a gente... deve efetivamente ser uma mulher fina e educada... D. Alice! Pois a d. Alice vai sofrer vexames.
– Não sejas tolo.
– Verás.
– Espera-me hoje para o jantar. Conversarei depois com a... d. Alice. Ela é cordata e conhece o seu lugar. Dás-lhe demasiada importância. Afinal, ela é uma empregada... uma subalterna. Não exageres os melindres e tranqüiliza-te. Que mais ordena, meu príncipe, ao seu mordomo?
– Que me abrace e me perdoe.
Assunção sentiu no abraço do amigo uma ternura intensa.
“Ama-a...” – pensou ele consigo, tristemente. “Ele ainda não o sabe... mas a verdade é que ela já lá está dentro...”