ventinho úmido filtrava-se por entre as ramas empoeiradas do arvoredo das praças.

O barão sumia-se no assento do fundo, entre as dobras fartas da saia castanha da mulher, que uma expressão de firmeza e resolução animava. No assento da frente, Glória, com um largo chapéu de fitas amarrotadas, observava tudo o que via de relance pelas calçadas. Comentavam a falta de Argemiro. Por que não teria vindo Argemiro à estação?

Feliciano, esse viera, e lá ficara despachando malas e embrulhos para casa. Bem bom rapaz, o Feliciano.

A baronesa preparava o ânimo para conflitos! Bem suspeitava de que o genro não estaria contente, ele que tanto a estimava havia poucos meses! Ia, enfim, ver o focinhozinho dessa d. Alice, que se metia em tudo, estragando a felicidade da família. Era o fermento mau; era a colher de veneno, a gota de azeite rançoso no leite doce e fresco! Como a receberia ela? Como uma criada grave?... Como uma dona de casa? A baronesa preparava-se mentalmente: para tal caso, tal atitude...

O carro ia depressa, abalando o fígado doente do barão, que se submetia a tudo contrariado, e fazendo tremer a papada flácida da baronesa.

A sombra das suas lindas mangueiras, o sossego das suas salas amplas, abertas para o silêncio dos campos ramificados por grossas veias de águas