– Por consciência...
– Outros o usam com menos justiça... Eu teimarei em chamá-lo doutor... Por que não nos tem aparecido?
Ele desculpou-se, e como se tivessem aconchegado mais as pessoas do grupo, deixou-se ficar, envolvido nos perfumes dos vestidos bonitos que o cercavam. Sinhá, sempre voltada para o mar, não perdia de vista uma baleeira onde um rapaz loiro se condecorara com um ramo de violetas... A mãe falava, falava sempre, semeando sentenças, no seu palavreado animado e imperativo.
O marido não a acompanhara. Lá tinha tempo para se divertir!
Os altos negócios do Estado sufocavam-no; vivia numa rede de conferências, projetos e estudos de responsabilidade. Se todos tivessem a sua sinceridade!
– Faziam-lhe justiça... – observaram.
– Qual! Os sacrifícios eram de tal ordem, que não transpareciam completamente cá fora... Um verdadeiro escravo das suas idéias, o marido! A política é despótica... O que lhe valia era não ter ciúmes... De resto, – concluía ela, para dizer algo em ar de sentença: – no amor, quando o ciúme entra pela porta, a confiança salta pela janela! Em todo o sentido, – e sublinhava com o olhar a frase – nunca deixara de confiar no marido.