adorar a Deus a seu modo. Quando eu entrei na chácara ela repartia frutas com a criançada pobre da vizinhança.

– É brutinha, mas tem bons sentimentos...

– É um anjo; o ser selvagem não é culpa sua; mudará com o tempo.

– Não basta o tempo; estou convencido de que ela precisa de mais alguma coisa... Pobre criança, terei o direito de sacrificá-la ao egoísmo da avó? Andamos errados conservando-a lá... não acoroçoes a minha negligência; esta é a verdade. Se eu pudesse organizar a minha vida de outro modo... A propósito: veio hoje uma rapariga, pelo anúncio do jornal, oferecer-se para governanta. Só uma! vês tu? E vocês a dizerem que viriam em rebanho! Antes viessem várias, poderíamos escolher. Desta gostei pouco. Pareceu-me acanhada, toda torta.

– Corcunda?

– Não... não sei. Preciso da tua intervenção. Ela voltará quinta-feira à tarde; conversa tu com ela e decide tudo. Não quero tornar a vê-la, mas desde já te digo que seja como for, direita ou torta, será preferível a coisa nenhuma.

– Vais criar uma situação embaraçosa e insustentável. Já não estás em idade de fantasias.

– Fala para aí. Que disse tua mãe?