Pedrosa, que olhava exatamente para ele nesse momento. No primeiro intervalo subiu a apresentar a essa senhora os seus respeitos. Ela estendeu-lhe a mão enluvada, segurando-o com domínio, fazendo-o sentar-se ao pé de si. Pedrosa esquivou-se para o corredor, em conversa com o conselheiro Isaías e o dr. Sebrão.
O Pedrosa almejava a pasta da fazenda; andava na ocasião ostentando pelos jornais grandes artigos financeiros, coalhados de algarismos encarreirados como formigas por entre a secura sábia da fraseologia. Ah! como esses artigos espantavam uns e espicaçavam a maledicência de outros, que os atribuíam ao Benedito Lemos, um boêmio inteligente como o diabo e bêbedo como um gambá.
Ele, o Pedrosa, adulava agora o Sebrão e o conselheiro Isaías, ambos comensais e amigos do presidente da República.
Era um homem arguto.
A esposa, baixa, trêfega, de um moreno pálido sob o qual se via arder uma alma ambiciosa, instigava-o a ir ao encontro das posições aparatosas da alta política.
Vingava-se do Destino a ter feito mulher, conservando-se moça através dos quarenta anos. Não era bonita, mas a sua expressão de desafio, que agradava aos homens e irritava as mulheres, tornava-a talvez um tanto original. Gostava de impor a sua autoridade. Para o Argemiro