Foi só à sobremesa que Argemiro declarou ter tomado uma governanta para casa, e querer daí em diante ter uma visita da filha todas as semanas. Era um sacrifício para ele, homem tão ocupado, ir ali amiúde. Assim dividiriam o trabalho.

A sua Gloriazinha iria jantar com ele todos os sábados, que era o seu dia mais livre.

A sogra parecia aterrada.

– Uma governanta!... quem a inculcou? – perguntou ela, mal disfarçando a sua má impressão.

– Ninguém; respondeu o genro placidamente; – arranjei-a por anúncio.

A baronesa pulou na cadeira.

– Por anúncio! meteu em sua casa, na casa da minha filha, uma mulher por anúncio! E quer confiar-lhe a sua filha, durante as horas em que ela estiver na cidade! Oh! meu amigo, isto não parece seu!

– Que queria, mamãe, que eu fizesse! Quantas e quantas vezes lhe pedi que me ajudasse a arranjar uma preceptora para Maria e que fosse ao mesmo tempo governanta da minha casa, e a senhora não se quis nunca dar a esse trabalho... Afinal, eu não lhe roubo a neta. Maria da Glória irá só aos sábados. É justo que eu também goze um pouco da companhia de minha filha. Voltará no próprio sábado, ou no domingo pela manhã...