eu fiquei sozinha... um pouco arrependida... quis estudar... abri o livro, mas não sei o que é que tinha nos olhos, que não via bem... então, desesperada, rasguei o livro...

– O que tinhas nos olhos eram lágrimas, minha filha, lágrimas de remorso por teres respondido mal ao teu avô, que te ama tanto, e teres sido causa de outro desgosto ainda maior...

– Oh! papai! – exclamou Glória, atirando-se de encontro ao peito de Argemiro, lacrimejante.

– O que me vale é que tens bom coração...



Durante a viagem de regresso, Argemiro e Caldas falaram pouco. Um pensava na família, o outro em negócios. Foi já quase no fim que Argemiro desabafou:

– Preciso tomar uma resolução séria a respeito de minha filha. Viste bem como a educam? O avô não sabe ser severo; a avó prejudica-a pelo seu excesso de amor, e a menina cresce cheia de vontades e à lei da natureza! Se falo em colégio, arrepiam-se; se falo em trazê-la para mim...

– Estás doido? tê-la contigo, como? Olha que eu não quis nem podia intervir naquela cena de família; mas a tua sogra tem razão. Que diabo! uma mulher, arranjada por anúncio, pode lá tomar conta de uma menina que está exatamente na idade mais delicada da