– Não sei... daí, talvez tivesse ido ao teatro...

– Sem mim?!

– Sem ti.

– Que desaforo!

– Hein?! Ah! Maria, precisamos mudar de gênio... Não te quero assim... faze o que te disse, anda.

– Vamos antes para a janela.

– Não. Vai chamar d. Alice.

– Ela é muito enjoada, muito feia!

– Seja como for; quero conhecê-la.

– Ah! se é só por isso! Que bicha!

Maria percebeu, de relance, que havia uma intenção oculta naquela insistência e movida pela curiosidade acabou por ceder à ordem do padre.

E o serão correu tranqüilamente. Alice trouxera a sua cestinha de trabalho e um livro de histórias, confiando pouco nos seus méritos de conversadora.

Vendo que Maria se impacientava, propôs ensinar-lhe um ponto fácil de crochê, com a lã do seu agrado. Maria repeliu o oferecimento; mas, aconselhada pelo padre, aceitou-o por fim. Ela detestava os trabalhos de agulha, que achava difíceis de compreender. Alice tinha o condão de explicar tudo com tamanha simplicidade e clareza que a inteligência mais rebelde se esclarecia às suas palavras límpidas