– Que fique. Eu preciso mais da neta que ele da filha. Lá tem outras consolações...
O Feliciano sorriu e aprovou com a cabeça. O barão levantou-se e foi para o escritório responder ao genro. Antes mesmo que a baronesa perguntasse qualquer coisa, o Feliciano resmungou:
– Aquela casa já não parece a mesma... se a senhora visse! Até me dá saudades de quem está no céu!... Pobre de quem morre!
A baronesa sufocou o desejo de indagar do criado aquilo que mais queria, e recomeçou a trabalhar, limitando-se a oferecer:
– Entre, Feliciano; vá lá dentro tomar uma xícara de café.
– Obrigado; tomei lanche lá em casa antes de sair... apesar de que agora anda tudo muito contadinho...
– Isso é bom. O tempo não está para estragos...
– Sim, mas poupa-se de um lado para se gastar do outro; afinal, para o patrão as despesas talvez sejam maiores... D. Alice tem uma récua de parentes pobres... Para a gente às vezes o pão não chega, entretanto não bate bicho-careta na porta que ela não dê do bom e do melhor do armário. Até vinho.
– Até vinho! – exclamou inconscientemente a boronesa; e logo, reprimindo-se: – A caridade é aconselhada por Deus...