Ao entrarem no hotel Yolanda dirige-se ao carregador dando-lhe ordens com autoridade e confiança que tanto a caracterizaram como a grande dama das artes.

“Por favor, leve o equipamento de esqui até o concierge e peça-o que guarde com muito carinho, se algo acontecer ao Marciano não sei do que o Sr. Alberto poderia fazer contigo”.

Tão logo o carregador se afasta o casal foge pelas ruas cobertas de neve até um pequeno café ali próximo.

Chegam esbaforidos ao café intercalando risadas a suspiros de cansaço após terem corrido naquele começo de noite gelada.

“Acabo de perceber que de todos os meus inventos o Conversor Marciano é de longe o que mais gosto. Somente hoje por duas vezes serviu-me muito mais do que um simples instrumento para subir montanhas nevadas.”

Ambos riram mais um pouco enquanto se acomodavam em uma confortável mesa ao lado da lareira.

“Como pode ser tão cínico Santó, sei muito bem do uso que fez da Balladeuse para conquistar Ainda de Acosta.” Disse Yolanda retomando a conversa interrompida nos Alpes.

“Ah Aida” expressou Dumont com um cínico olhar para o infinito.

“Como pode ter uma reação tão apaixonada na minha frente? Não percebe que isso pode ferir meus sentimentos?” esbraveja Yollanda esbofeteando o braço de Santós ainda com sorriso no rosto. “tudo bem, estou curiosa conte-me tudo sobre ela.”