“Aida de Acosta era uma jovem americana filha de Ricardo de Acosta empresário de origem cubana que atuava no ramo da construção de navios a vapor e de Micaela Hernandez de Alba y de Alba da aristocrática família espanhola de Toledo da Casa de Alba. Foi a Paris com um grupo de amigos para aproveitar as férias da Universidade. A conheci em meu angar em Neuilly- Saint James, estava eu e meu fiel mecânico Chapin fazendo reparos no motor do meu numero nove quando percebo a presença de uma bela figura que nos observava na lida com o engenho. Dirigi-me a ela em francês solicitando que se sentasse, pois iria demorar um pouco até que saísse em vôo. E então com um belo sorriso respondeu em francês com sotaque mui característico de americanos “Não falo francês Monsieur Dumont”. Então um coral de americanos que a rodeava caiu em gargalhadas.”
“Que imatura” protesta Yolanda “fora ao seu hangar com um grupo de amigos a zombar de ti?”
“Não, não” explica Dumont “eram seus amigos que já a algumas vezes estiveram presentes em outras demonstrações com o numero nove. Mas de fato, Ainda tinha todo o direito de ser imatura, pois era uma jovem estudante de 19 anos. Fato é que, ela se tornou a musa do hangar, toda vez que chegava os funcionários do hangar, bem como aqueles que lá se reuniam a fim de ver meus vôos a anunciavam: “La belle de Neuilly est arrivée” . Levantei-me e formalmente me apresentei a donzela, desta vez em inglês. La mesmo manifestou seu ardente desejo de voar sozinha na minha Balladeuse e dirigir livremente.”
No mesmo instante Yolanda interrompe, desta vez já sem o sorriso no rosto “Não entendo porque ela, já havia prometido este vôo solo a outras personalidades, Alice Roosevelt, filha do presidente americano e também à então popular diva da opera Jeanne Garnier. Porque dar tal privilegio a sua “Belle de Neuilly”?”
Santos não consegue evitar o sorriso que esboça levemente
“Não sabia que isto a incomodava”.
“Não é exatamente algo que me incomoda, no entanto sei que tal privilegio envolve circunstancias particulares.”
Desta vez Santos ri com vontade “sabes muito bem que se as circunstancias permitissem você seria a pessoa escolhida.”
“De fato” argumenta Yolanda ”na época tinha apenas alguns meses de idade.”
“Onde parei?” pergunta Santos com certa ironia.
“Ficou de responder-me porque levou Aida enquanto se referira sobre seus “ardentes” desejos.”
Desta vez ambos recobram o clima descontraído que havia se perdido com o pequeno mal-estar causado pelo ciúme de Yolanda.
“O que de fato me levou a optar por ela foi a efeito seu desprendimento e seu impetuoso desejo por aventura. Era fácil identificar em Aida que tinha o espírito de aventura conciliada a seriedade necessária para levar a cabo tal empreitada. Marquei com ela suas primeiras instruções de vôo no dia seguinte, não tínhamos tempo a perder, brevemente Aida deveria voltar a América para retomar seus estudos. Comprovando minha teoria sobre sua responsabilidade Aida antecipou sua chagada a Neuilly em meia hora para suas primeiras lições. Após as instruções teóricas, que nos tomou parte da manhã resolvi sair com ela para instruções praticas.”
“Se bem me lembro, o cesto de vime da Balladeuse não tem espaço suficiente para duas pessoas.” Observa perspicazmente Yolanda.
“De fato era bem apertado, por diversas vezes voei pelo lado de fora, no entanto, algumas vezes tinha que adentrar ao cesto para ter a agilidade necessária de manuseio da aeronave. Alguns cuidados básicos foram tomados para a instrução em vôo, antes mesmo de decolarmos decidimos mutuamente que seria muito melhor se tirássemos nossos chapéus e também pedi a ela que retirasse os brincos e broches que poderiam nos atrapalhar em tão limitado espaço.