É um início de tarde frio, a neve serve de playground para aquele casal brincar a ponto de perder a noção do tempo. A pequena Sant Morritz é avistada a cada sobe e desce e as gargalhadas ecoam no silêncio dos Alpes. O ano de 1928 iniciava-se trazendo esperanças para Alberto Santos=Dumont, que no ano anterior estava muito preocupado com o uso bélico de seu invento. Após diversas tentativas frustradas de promover o avião como um instrumento de integração entre os povos, decidiu por restaurar seu equilíbrio emocional nos Alpes suíços. Sant Morritz parecia o local ideal para tal propósito, mas nada melhor para restaurar seu humor do que a presença da bela Yolanda Penteado que parecia ainda mais atraente carregando aquele estranho motor nas costas.
O aparato movido por um pequeno motor a petróleo do qual duas cordas servem para guiar os pés da esquiadora montanha acima é muito difícil de ser utilizado, e a nem tanto inexperiente Yolanda tem a estranha sensação que suas pernas adquiriam vida própria.
“Cuidado, não deixe que o Marciano entre em contato com a neve” Adverte o sorridente Santós ao ver a bela Yolanda completamente fora de controle deslizar na neve.
“Não sei como pode preocupar-se mais com esta barulhenta máquina do que com o meu bem estar. Não teme que me machuque?” Pergunta a também sorridente Yolanda com um provocante olhar.