Ouviu o que ele disse? perguntou Augusto.
Já lhe tenho repetido três vezes que não é assim que se pega na agulha.
Ora, minha senhora...
— Ora, minha senhora!... Ora, minha senhora! Eu não sou sua senhora, sou sua mestra.
Minha bela mestra!
Digo-lhe que já me vai faltando a paciência. O senhor não atenta no que faz!... Já tem quatro vezes rebentado a linha e é a décima segunda que lhe cai o dedal.
— Não se exaspere, minha bela mestra, eu o vou apanhar e não cairá mais nunca.
Augusto curvou-se e ficou quase de joelhos diante de d. Carolina; ora, o dedal estava bem junto dos pés dela e o aprendiz, ao apanhá-lo, tocou, ninguém sabe se de propósito, com seus dedos em um daqueles delicados pezinhos: esse contato fez mal; a menina estremeceu toda. Augusto olhou-a admirado, os olhos de ambos se encontraram e os olhos de ambos tinham fogo. Um momento se passou, e o sossego se restabeleceu.
— Já não posso mais! exclamou a bela mestra; rebentou o senhor pela quinta vez a linha;