Bateu as asas como um largo açoite
A fustigar ainda a Tempestade
Para que o Turbilhão fôsse mais forte;
E ao afundar-se nessa imensa Noite
Sentiu, último dom da divindade,
A alegria da Morte.

Alegria da Morte! A derradeira
Dos que numa agonia dolorida
Fitam os ólhos num país sidério,
A última alegria e a primeira
Dos que ao despedaçar a própria Vida
Despedaçam as portas do Mistério.

Alegria da Morte! a mais ardente
De todos quantos buscam a Verdade,
De todos os que morrem por amar:
Dos que olham o Destino tam de frente,
Que pondo a vida toda na vontade,
Obrigam-no a parar!

Alegria do Sol em pleno ocaso,
Que ao cair para o Mar,
Ao esconder-se na serra,