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É um paiz magestoso Essa terra de Tupá, Desd′o Amazonas ao Prata, Do Rio Grande ao Pará! — Tem serranias gigantes E tem bosques verdejantes Que repetem incessantes Os cantos do sabiá.

Ao lado da cachoeira, Que se despenha fremente, Dos galhos da sapucaia Nas horas do sol ardente, Sobre um solo d′açucenas, Suspensa a rede de pennas Alli, nas tardes amenas, Se embala o indio indolente.

Foi alli que n′outro tempo, Á sombra do cajazeiro, Soltava seus doces carmes O Petrarca brazileiro; E a bella que o escutava Um sorriso deslisava, Para o bardo que pulsava Seu alaúde fagueiro.

Quando Dirceu e Marília, Em terníssimos enleios, Se beijavam com ternura Em celestes devaneios: Da selva o vate inspirado, O sabiá namorado. Na larangeira pousado Soltava ternos gorgeios.

Foi alli, foi no Ypiranga, Que com toda a mageslade Rompeu de lábios augustos O brado da liberdade;