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Aquella voz soberana Voou na plaga indiana, Desde o palácio á choupana, Desde a floresta á cidade!

Um povo ergueu-se cantando

— Mancebos e anciãos — E, filhos da mesma terra, Alegres deram-se as mãos. Foi bello vêr esse povo, Em suas glorias tão novo. Bradando cheio de fogo":

— Portugal! somos irmãos!

Quando nasci, esse brado Já não soava na serra. Nem os echos da montanha Ao longe diziam — guerra! Mas não sei o que sentia Quando, a sós, eu repetia, Cheio de nobre ousadia, O nome da minha terra!

Se brazileiro eu nasci, Brazileiro hei de morrer, Que um filho daquellas mattas Ama o céo que o viu nascer; Chora, sim, porque tem prantos, E são sentidos e santos, Se chora pelos encantos Que nunca mais ha de vêr.

Chora, sim, como suspiro Por esses campos que eu amo. Pelas mangueiras copadas E o canto do gaturamo; Pelo rio caudaloso, Pelo prado tão relvoso, E pelo tyé formoso Da goiabeira no ramo!