No vulgo ha a crença de ser a manga prejudicial á saúde, e existe
mesmo o preconceito de que três goles de agua tomados sobre a manga
— tiram-lhc a maldade.
A manga é, com effeito, excitante — o producto de uma terebentliinacea. Não é, pois, fructa para se abusar. Além disto, nota-se ser a digestão um tanto demorada: em algumas pessoas, horas depois de ingerida, vem ainda á bocca o gosto da fructa.
Pela lavagem do estômago de um cliente meu obtive retirar, na manhã seguinte, polpa de manga comida na véspera. A essa pessoa a manga era sempre prejudicial.
Não vos assuste, porém, este caso excepcional; muita e muita gente lisa da saborosa fructa sem inconveniente algum. Diz-se mesmo que da manga se extráe um sueco resinoso com propriedades eupépticas ou digestivas.
Certo é que a manga, do mesmo modo que o abacaxi, não relaxa o estômago ao contrario da laranja em algumas pessoas, principalmente dyspepticas.
A manga é útil aos debilitados, anemicos, nos casos de bronchite chronica e nos afíectados do peito.
Recordo-me de uma publicação, ha tempo, no Jornal do Commercio, concernente á cura de um tuberculoso, que, desenganado dos meios usuaes contra similhante moléstia, usou largamente dessa fructa.
Merat e de Lens attribuem ás folhas da manga a virtude de combater a dor de dentes; á resina, o effeito antisyphilitico; á amêndoa do caroço, a propriedade de combater os vermes; e á fructa, a qualidade de nutritiva, naturalmente pela abundância dos principies assucarados. Egualmente a consideram contraria ao escorbuto.
No catharro da bexiga, do mesmo modo ou com maioria de razões, do que no catharro bronchico, a manga tem cabimento por sua acção diurética, não deixando de haver razão na crença do povo, attribuindo a essa fructa o effeito de alimpar as urinas.»
Quanto á adaptação da mangueira á arborisação publica, mencionaremos a cidade de Belém, a florescente Capital do Estado do Pará, que, em poucos annos, pela actividade incan- ■çavel e apurado gosto artístico do Intendente, Senador António