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«A monazita brazileira pertence a três typos crystallographicos Hussak). O primeiro é o typo — Tiirneritz —: a elle pertencem a monazita do littoral da Bahia e do Espirito-Santo e a de Diamantina, em Minas Geraes. O segundo typo — Alexandre Conty — é encontrado no Tripmj, perto de Ouro Preto. O terceiro typo — Bandeirinlia — encontra-se nessa localidade, em Minas Geraes (Hussak)

A monazita brazileira mostra-se magnética, e com o electro-iman é possível separal-a do zirconio ou da xenotima, mineraes que, ordinariamente, a acompanham (Derby).

Para se conhecer o modo de formação dos depósitos monaziticos torna-se necessário dar aqui, em seus traços geraes, a geologia do littoral do Brazil.

O granito e o gneiss, contendo a monazita como elemento accessorio, são as rochas fundamentaes da maior parte do Brazil, no littoral do Atlântico. Não ha quem não as conheça: ellas constituem as montanhas do Rio, o Pão de Assucar, Corcovado, o Tijuca etc. Ellas formam a serra do Mar em todo o littoral, no sul, em S. Paulo, no Espirito Santo, na Bahia. No norte, ellas afloram em diversos pontos da costa e constituem grandes superfícies de terrenos mais ou menos planos, ou apenas ondulados nas proximidades ou no próprio littoral. Assim ellas podem sar observadas nas Guyanas, no Pará, no Maranhão, no Piauhy, e principalmente no Ceará, onde têm um grande desenvolvimento.

Sobre esses terrenos, que chamaremos crystallinos, existem deposites ou sedimentos, mais ou menos horizontaes, formados em uma epoclia muito mais recente. Elles têm sido reconhecidos, em sua maioria, como sendo da edade terciária — (Hart Branner), sendo certo que os ha também da epocha quaternária ou anterior áquella.» (*j

REINO ANIMA.L

Não é inferior aos outros o reino animal brazileiro, com suas variadíssimas espécies, que excedem, certamente, as

(*) Trechos de um artigo es(;riplo pelo D»′ Arrojado Lisboa, no Jornal do Commercio, do Rio de Janeiro, em Dezembro de lí:02 ou Janeiro de 1903.