4 horas da manhã, fui procurar a esposa de Augusto Severo, em companhia
do Snr. Boyer. Ella subiu para a minha carruagem com sua irmã
e um de seus filhos,
e ás 5 horas
estavamos na passagem
das Favoritas.
Já então o
aerostato estava
fora de seu barracão
e balançava no
ar como um navio
ancorado. Augusto
Severo acabava de
inspeccionar, com
seu amigo Alvaro,
a barquinha e seus
accessorios, emquanto
o machinista
Saché (que
já trabalhou nas minhas officinas, tendo-se retirado ha dois annos,
primeiro para trabalhar no balão Roze, depois para entrar ao serviço
de Augusto Severo) experimentava os motores e verificava seu perfeito
funccionamento. A transmissão do movimento das helices era tambem
excellente. Tudo estava a postos. Augusto Severo tomou logar na parte
dianteira da barquinha, onde se achava collocado o motor de 16 cavallos;
Saché, na parte contraria. Alvaro tinha sido obrigado a desistir da
viagem á ultima hora. Cerca das 5 horas e 20 minutos, os motores
pozeram-se em marcha; Augusto Severo pronunciou o «larguem tudo!»,
e lentamente, muito lentamente, o aeronauta elevou-se. A quarenta
metros de altura, approximadamente, o aeronauta fez cinco ou seis
evoluções em forma de 8, com o diametro cada vez mais reduzido, afim
de experimentar bem a estabilidade e a docilidade de seu apparelho.
— Agora — gritou elle, lá do alto — aos Moulineaux!
Antes de entrar para a barquinha. Augusto Severo tinha-nos dado um bilhete de visita com estas linhas escriptas e assignadas no verso:
Entrada no campo de manobras para as experiencias do dirigevel «Pax».
— AUGUSTO SEVERO.