n’um subterraneo, viviam as duzentas egoas de Herodes, as mais bellas da terta, brancas como o leite, com clinas negras como o ebano, alimentadas a bolos de mel, e tão ligeiras que podiam, correr, sem lhes macular a pureza, por sobre um prado de acuçenas. Depois, mais fundo ainda, n’um carcere, jazia Iokanan — que a Igreja chama o Baptista.

— Mas então, esclarecido amigo, como foi essa desgraça?

— Pois foi assim, D. Raposo... O meu Herodes conhecera em Roma Herodiade, sua sobrinha, esposa de seu irmão Filippe, que vivia na Italia, indolente e esquecido da Judêa, gozando o luxo latino. Era esplendidamente, sombriamente bella. Herodiade!... Antipas Herodes arrebata-a n’uma galera para a Syria; repudia sua mulher, uma moabita nobre, filha do rei Aretas, que governava o deserto e as caravanas; e fecha-se incestuosamente com Herodiade n’essa cidadella de Makeros. Colera em toda a devota Judêa contra este ultraje á lei do Senhor! E então Antipas Herodes, arteiro, manda buscar o Baptista que prégava no vão do Jordão...

— Mas para quê, Topsius?

— Pois para isto, D. Raposo... A vêr se