inquietação... E se realmente uma virtude transcendente circulasse nas fibras d’aquelle tronco? E se a titi começasse a melhorar do figado, a reverdecer, mal eu installasse no seu oratorio, entre lumes e flôres, um d’esses galhos erriçados de espinhos? Ó miserrimo logro! Era eu pois que lhe levava nesciamente o principio milagroso da Saude, e a tornava rija, indestructivel, ininterravel, com os contos de G. Godinho firmes na mão avara! Eu! Eu que só começaria a viver — quando ella começasse a morrer!

Rondando então em torno á Arvore d’Espinhos, interroguei-a, sombrio e rouco: «Anda, monstro, dize! És tu uma reliquia divina com poderes sobrenaturaes? ou és apenas um arbusto grutesco com um nome latino nas classificações de Linneu? Falla! Tens tu, como aquelle cuja cabeça coroaste por escarneo, o dom de sarar? Vê lá... Se te levo commigo para um lindo Oratorio portuguez, livrando-te do tormento da solidão e das melancolias da obscuridade, e dando-te lá os regalos de um altar, o incenso vivo das rosas, a chamma louvadora das velas, o respeito das mãos postas, todas as caricias da oração — não é para que tu, prolongando indulgentemente uma existencia estorvadora, me prives da rapida herança