coturnos vermelhos cobertos de pó, a aljava batendo-lhe a côxa, uma rede atirada para as costas, e os braços carregados de perdizes e d’abutres amarrados pelas patas: e diante de nós caminhava devagar, apoiado ao hombro d’uma criança que o conduzia, um velho pobre, de longas barbas, trazendo presa ao cinto como um bardo a lyra grega de cinco cordas, e sobre a fronte uma corôa de louro...

Ao fundo d’um muro, coberto de ramos de amendoeiras, diante d’uma cancella pintada de vermelho, dois servos esperavam, sentados n’um tronco cahido, com os olhos baixos e as mãos sobre os joelhos. Topsius parou, puxou-me o albornoz:

— É este o horto de José de Ramatha, um amigo de Jesus, membro do Sanhedrin, homem d’espirito inquieto, que se inclina para os Essenios... E justamente, ahi vem Gad!

Do fundo do horto, com effeito, por uma rua de murta e rosas, Gad descia correndo com uma trouxa de linho e um cabaz de vime enfiados n’um pau. Parámos.

— O Rabbi? gritou-lhe o alto Historiador, transpondo a cancella.

O Essenio entregou a um dos escravos a trouxa, e o cesto que estava cheio de myrrha