ainda me fazia espreguiçar com langor. Mas guardando fielmente a sua imagem no coração, não necessitava trazer perennemente á garupa a sua camisinha de dormir. Com que direito pois corria esta bretanha atraz de mim, pelas ruas de Jerusalem, querendo installar-se violentamente nas minhas malas e acompanhar-me á minha patria?
E era essa idéa de patria que me torturava, emquanto nos afastavamos das muralhas da Cidade Santa... Como poderia eu jámais penetrar com este pacote lubrico na casa ecclesiastica da tia Patrocinio? Constantemente a titi se encafuava no meu quarto, munida de chaves falsas, aspera e avida, rebuscando pelos cantos, nas minhas cartas e nas minhas ceroulas... Que cólera a esverdearia se n’uma noite de pesquizas ella encontrasse estas rendas babujadas pelos meus labios, fedendo a peccado, com a offerta em letra cursiva «Ao meu portuguezinho valente!»
«Se soubesse que n’esta santa viagem te tinhas mettido com saias, escorraçava-te como um cão!» Assim o dissera a titi, em vesperas da minha romagem, diante da Magistratura e da Egreja. E iria eu, pelo luxo sentimental de conservar a reliquia d’uma luveira, perder a amizade da velha que tão