— Que instructiva viagem! É como ter um curso!
— E que bello bocadinho de noite aqui se tem passado!... Qual S. Carlos! Isto é que é gozar!
— E como elle conta! Que fervor! que memoria!...
Lentamente o bom Justino, com a sua chavena fornecida de bolos, acercára-se da janella, como a espreitar o céo estrellado: e d’entre as franjas das cortinas os seus olhinhos luzidios e gulosos chamavam-me confidencialmente. Fui, trauteando o Bem-dito; ambos mergulhámos na sombra dos damascos; e o virtuoso tabellião, roçando o labio pelas minhas barbas:
— Oh amiguinho, e de mulheres?
Eu confiava no Justino. Segredei para dentro do seu collarinho:
— De se deixarem lá os miolos, Justininho!
As suas pupillas faiscaram como as de um gato em janeiro; a chicara ficou-lhe tremelicando na mão.
E eu, pensativo, repenetrando na luz:
— Sim, bonita noite... Mas não são aquellas estrellinhas santinhas que nós viamos lá no Jordão!...
Então padre Pinheiro, tomando aos goles