d’ossos de Martyres a egrejas de provincia. Paguei copinhos d’aguardente a sacristães para que elles segredassem a velhas com achaques — «P’ra coisas de Santidade não ha como o snr. dr. Raposo, que vem fresquinho de Jerusalem!...» E bafejou-me a sorte. A minha especialidade foi a agua do Jordão, em frascos de zinco, lacrados e carimbados com um coração em chammas: vendi d’esta agua para baptisados, para comidas, para banhos: e durante um momento houve um outro Jordão, mais caudaloso e limpido que o da Palestina, correndo por Lisboa, com a sua nascente n’um quarto da Pomba d’Ouro. Imaginativo, introduzi novidades rendosas e poeticas: lancei no commercio com efficacia «o pedacinho da bilha com que Nossa Senhora ia á fonte»: fui eu que acreditei na piedade nacional «uma das ferraduras do burrinho em que fugira a Santa Familia.» Agora quando o Lino de chinelos batia á porta do meu quarto, onde as medas de palhinhas do Presepio alternavam com as pilhas de taboinhas de S. José, eu entreabria uma fenda avara e ciciava:

— Foi-se... Esgotadinho!... Só para a semana... Vem-me ahi um caixotinho da Terra Santa...

As veias frontaes do capacissimo homem