philosophicamente o Justino, dando estalinhos nos dedos.

Recolhi á travessa da Palha. E durante horas, em chinelas, com os olhos chammejantes, revolvi o desejo desesperado de ultrajar o cadaver da titi — cuspindo-lhe sobre o carão livido, esfuracando com uma bengala a podridão do seu ventre. Chamei contra ella todas as cóleras da Natureza. Pedi ás arvores que recusassem sombra á sua sepultura! Pedi aos ventos que sobre ella soprassem todos os lixos da terra! Invoquei o Demonio: «Dou-te a minha alma se torturares incansavelmente a velha!» Gritei com os braços para as alturas: «Deus, se tens um céo, escorraça-a de lá!» Planeei quebrar a pedradas o mausoleu que lhe erguessem... E decidi escrever communicados nos jornaes contando que ella se prostituia a um gallego, todas as tardes, no sótão, d’oculos negros e em fralda!

Esfalfado de a odiar — adormeci densamente.

Foi o Pitta que me acordou, ao anoitecer, entrando com um longo embrulho. Era o oculo. Mandava-m’o o Justino, com estas palavras amigas: «Ahi vai a modesta herança!»

Accendi uma vela. Com aspera amargura