Chamo-me a Consciencia; sou n’este instante a tua propria Consciencia reflectida fóra de ti, no ar e na luz, e tomando ante teus olhos a fórma familiar, sob a qual, tu mal educado e pouco philosophico, estás habituado a comprehender-me... Mas basta que te ergas e me fites, para que esta imagem resplandecente de todo se desvaneça.
E ainda eu não levantára os olhos — já tudo desapparecera!
Então, transportado como perante uma evidencia do Sobrenatural, atirei as mãos ao céo e bradei:
— Oh meu Senhor Jesus, Deus e filho de Deus, que te encarnaste e padeceste por nós...
Mas emmudeci... Aquella ineffavel Voz resoava ainda em minha alma, mostrando-me a inutilidade da hypocrisia. Consultei a minha consciencia, que reentrára dentro de mim — e bem certo de não acreditar que Jesus fosse filho de Deus e d’uma mulher casada de Galilêa (como Hercules era filho de Jupiter e d’uma mulher casada da Argolida) — cuspi dos meus labios, tornados para sempre verdadeiros, o resto inutil da oração.