qualquer, em que tudo, convidados e casa, fosse submetido rigorosamente ao estilo e ao figurino do tempo reproduzido. Negociante rico e feliz, pouco afeito aos requintes literários, satisfazia condescendente e bondosamente ao capricho da esposa, proporcionando-lhe o ensejo de mostrar a sua casa e os seus jardins formosíssimos.
Luciano esperava as Simões na saleta da entrada. Ele riu-se vendo Sara com um vestuário diverso do que haviam combinado. Tinha-lhe aconselhado o romântico costume de Margarida, que lhe fazia valer a beleza das tranças, e ela aparecia-lhe numa toilette extravagante, sem origem bem determinada e onde o ouro e o vermelho se embaralhavam indiscretamente.
Era uma verdadeira boemia de opereta com pandeiro, cabelo solto, braços nus, saia redonda tilintante de moedas. Sara zangou-se ao deparar com Luciano encasacado, foi logo direita a ele, dizendo que, se todos fizessem o mesmo, não teria graça nenhuma o tal baile masqué! Depois de um muxoxo, acrescentou:
- Estou bem?
- Está linda!
- Se eu não lhe falasse, agora o senhor não me reconheceria. Mamãe acha a minha toilette vulgar. Eu estava morta por saber a sua opinião... ainda bem que me acha bonita!
Ernestina ouviu tudo imóvel, sentindo um