de Ernestina um estratagema.
Ele tinha julgado ler nos olhos de Sara, essas estranhas pupilas ora castanhas ora azuis, alguma coisa de infinitamente doce, uma promessa, um sonho, um vôo de pensamento que parecia dirigir-se a ele.
Com a ausência, o vulto de Ernestina ia-se esfumando no seu espírito, e numa irradiação de luz ele via Sara, dizendo-lhe na sua grande franqueza:
- Amo-a!
E era toda essa graça, lealdade e candura, toda essa mocidade e alegria que ele ia oferecer a outro, a um estranho, que a não compreenderia nunca talvez! Esposa...
Ele também a preferiria para esposa, quereria ser ele a conduzi-la ao altar a chamá-la - minha!
Em toda a sua vida era a primeira vez que essa palavra simples assumia no seu pensamento proporções tão belas! E Sara haveria de sagrar essas três silabas divinas com as suas qualidades perfeitas, seria esposa amorável e honesta a quem a mentira repugnasse e o sacrifício aprouvesse!
Não se resignando a falar ao Eugênio Ribas nesse mesmo dia, Luciano sentou-se à mesa e escreveu longamente à viúva Simões. Alegou necessidade urgente de partir nessa madrugada