Luciano ia e vinha do quarto para a sala, esperando a todos os momentos o carro, ansioso por sair e saber a verdade!
Mas o carro tardava e, acabada a sua toilette, ele iluminou a sala e sentou-se em frente da viúva Simões. Que diferença. Ela parecia-lhe muito mais morena; os cabelos caídos para os ombros davam-lhe um aspecto de louca, e a sua boca, deliciosamente pequenina e vermelha, estava então desbotada, entreaberta numa expressão de agonia.
Luciano, não tendo em casa éter, recorreu às essências, mas vacilava se deveria ou não chamar a viúva à realidade da vida. Julgou mais acertado levá-la assim, receando que lhe sobreviesse uma crise violenta.
Pobre mulher! pensava Luciano com infinita tristeza. E sentia uma dor incompreensível, que seria talvez o remorso, imaginando que no fundo a causa de tudo aquilo... eraele!