para figurar nos saraus das amigas... um ou outro verão em Petrópolis, raro... e os cuidados pela educação e saúde da filha, pelo bem estar do marido e por bem conservar as regalias da sua vida material, de burguesa rica.

Dias fáceis, simples, sem comoções que os marcasse. O esposo fora um bom homem, embora genioso e um pouco violento; ela era grata à sua memória e sentia-se feliz por tê-lo estimado com sinceridade, fidelidade.

Com o jornal caído nos joelhos, a viúva continuava imóvel, misturando na idéia a lembrança da morte do pai com as expressões amorosas do Luciano, o nascimento da Sara, o dia da partida do namorado e o dia do seu casamento com o Simões; a paciência do marido, os sucessos da sua voz nos concertos das Nunes, a última carta de Luciano e o primeiro beijo da filha... lágrimas, alegrias... banalidades, coisas que enchem a vida de toda a gente.

Na sua inteligência modesta todas as miudezas tomavam grandes vultos. A volta de Luciano Dias reavivava-lhe a imaginação.

Desde a morte do marido que procurava estiolar, ressequir o seu coração de moça. O seu egoísmo maternal absorvia-a toda; não se daria a ninguém, não roubaria à filha nem um dos seus afagos, nem um único dos seus pensamentos e dos seus cuidados. Pela sua idolatrada Sara deixaria