- Quem é?
Pelo meio da rua rolavam maciamente os carros particulares, de volta do passeio a Botafogo e em demanda dos lares. O Rosas citava o nome das donas, gente boa, freqüentadora do Lírico e de Petrópolis.
O Luciano pedia-lhe que o apresentasse, não conhecia ninguém, e era sociável, afeito às saias e a conversações com senhoras.
O Rosas sorria.
- Você está-me com cara de conquistador.
- Ora...
- Hoje apresentar a gente um amigo como você em casa de outro... é um perigo... enfim, não direi que...
- Faça-se de puritano!
- E sou; desde que me sucedeu o que você sabe, então, nem se fala!...
- Ora adeus!
Nisso o Rosas apontou para um carrinho elegante e leve, que vinha da cidade guiado por uma moça de claro, airosa, bem sentada na almofada. Como a luz já fosse escassa, Luciano não a pode ver bem. Atrás dela desenham-se as silhouéttes de dois lacaios empertigados.
- Quem é? inquiriu Luciano, reparando para um gesto do Rosas.
- Clara Silvestre... uma ex-atriz do Recreio.
- Parece chic.
- É uma das mais bonitas, aí...