de um azul delicado, dormindo na concha verde e macia de uma folha de malva, mais as formosas camélias da Petrópolis de uma alvura puríssima...

No meio da rua, um homenzinho cor de folha seca atraía a criançada segurando pelos fios os alegres balões de gás, vermelhos e azuis, muito leves, que bailavam sobre a onda movediça dos chapéus escuros.

Mas que importava à viúva Simões aquela variedade de matizes, aquela doçura de sons, aquela onda de perfumes, de toilletes, e de mulheres bonitas que se alastrava por ali? Tinha só um objetivo: vê-lo.

Uma cigana imunda, com o filho ao colo e o xale em farrapos, esteve longo tempo parada diante dela, com a mão estendida, murmurando queixumes. Ernestina, com a cabeça erguida e o olhar em busca de Luciano entre grupos e grupos de homens que se sucediam, nem a viu nem ouviu, e a mendiga, desanimada, passou adiante.

Uma pancada de leque num ombro chamou-a a realidade. Era D. Candinha, a mulher do Nunes.

- Que milagre é esse?! Você na cidade!

- Ah! É verdade...

- Onde está Sara? Bem se vê que você não vem à rua do Ouvidor há muito tempo!

- Por quê?!